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por Livia Leal - 23/09/2024 às 09:28
Na Biblioteca Pública Estadual do Ceará, a literatura se une à tradição cearense em um espaço chamado cordelteca. O espaço foi inaugurado no último dia 28 de agosto e foi “batizado” com o nome de Arievaldo Viana. A cordelteca da BECE possui mais de 1600 exemplares, sendo 1192 títulos, que carregam as histórias, causos e desafios da vida de um povo.
“A importância (da cordelteca) é imensa. A literatura de cordel é um gênero muito popular no nordeste e tem uma produção muito grande e muito potente no Ceará. É uma literatura reconhecida como patrimônio imaterial brasileiro. Então, aqui na biblioteca, a gente sempre teve a literatura de cordel mas era distribuído nos setores, e não ficava muito claro para os pesquisadores e em geral onde procurar esse cordel, então a gente resolveu fazer um espaço, um lugar de referência pro cordel”, conta Suzete Nunes, superintendente da BECE.
ARIEVALDO VIANA
Natural de Madalena, Ceará, Arievaldo Viana foi um dos maiores nomes da poesia popular. Foi poeta popular, radialista, publicitário e ilustrador. Eleito membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, ocupando a cadeira de número 40, Arievaldo foi um dos principais responsáveis pela reinvenção e permanência do gênero no ensino brasileiro e na literatura. Criou o projeto Acorda Cordel na Sala de Aula, que alfabetiza jovens e adultos através da literatura de cordel, metodologia adotada por diversos municípios do Brasil.
ACESSIBILIDADE E REPRESENTATIVIDADE
Para além dos folhetos coloridos, o cordel é gênero literário e patrimônio imaterial brasileiro. Exemplo disso é a coletânea de cordel em Braile disponível na BECE, que difunde as grandes obras para o público deficiente visual. As obras de cordelistas mulheres também ganham destaque no espaço – é o caso dos cordéis de Josenir Lacerda, nascida no Crato, é artesã e poetisa desde criança.
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