O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), defendeu a atuação em conjunto de estados do Sul e do Sudeste no Congresso Nacional por um protagonismo político. Para isso, os governadores dos sete Estados das duas regiões estão organizados no Consórcio Sul-Sudeste (Cosud), presidido pelo governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), em resposta aos parlamentares do Norte e Nordeste.

“Temos 256 deputados (metade da Câmara), 70% da economia e 56% da população do País. Não é pouco, né? Já decidimos que, além do protagonismo econômico que temos, nós queremos – o que nunca tivemos – que é protagonismo político”, declarou Zema em entrevista ao Jornal O Estado de S.Paulo, publicada nesse sábado (5).

Ele ressaltou que uma das primeiras ações foi a Reforma Tributária, aprovada em junho na Câmara dos Deputados e deve ser discutida pelos senadores neste segundo semestre. Na véspera da votação, o Cosud convidou todos os deputados do Sul e Sudeste para uma reunião em Belo Horizonte.

Zema reconhece que “outras regiões do Brasil, com Estados muito menores em termos de economia e população, se unem e conseguem votar e aprovar uma série de projetos em Brasília”.

Sobre a Reforma Tributária, ele ressaltou a união dos deputados sulistas e sudestinos. “Ficou claro nessa reforma tributária que já começamos a mostrar nosso peso. Eles queriam colocar um conselho federativo com um voto por Estado. Nós falamos, não senhor. Nós queremos proporcional à população. Por que sete Estados em 27, iríamos aprovar o quê? Nada. O Norte e Nordeste é que mandariam”.

Ele também criticou a criação do Fundo voltado ao Nordeste, Centro-Oeste e Norte e disse que Sul e Sudeste também precisam de ações sociais. “Então Sul e Sudeste vão continuar com a arrecadação muito maior do que recebem de volta? Isso não pode ser intensificado, ano a ano, década a década”, reclamou.