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por Wanderley Filho - 14/09/2024 às 11:25
➡️ Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Jangadeiro.
“Não acredito em bruxas, mas que elas existem, existem!”, diz o ditado espanhol. Penso nele quando me falam em pesquisas eleitorais. Nunca respondi a uma, mas acredito nelas, porque sei que existem e porque não sou cético o suficiente para me colocar como centro e medida de todas as coisas.
Alguém pode sempre me advertir que as pesquisas erram muito e que por isso é impossível acreditar nelas. Erram mesmo, mas é preciso ver as coisas por outra perspectiva. Se as pesquisas fossem feitiços ilusórios, partidos e candidatos não contratariam – a peso de ouro! – os seus próprios levantamentos. Políticos podem ser tudo, menos otários. Eles sabem que são amostras válidas para detectar tendências. A partir disso, na efervescência da disputa, calibram estratégias, corrigem discursos e mudam abordagens na propaganda eleitoral.
Tudo bem, tudo bem, mas se é assim, por que raios as pesquisas mostram resultados tão diferentes? Ora, depende. Para começo de conversa, elas usam metodologias diferentes. Além disso, a critério do contratante, perguntas são adicionadas dos questionários, com tópicos sobre padrinhos, cenário econômico, segurança, saúde ou as atuais gestões, que podem enviesar as respostas dos entrevistados.
Os candidatos, naturalmente, exploram essa variedade nas suas propagandas, ressaltando o que lhes convém e escondendo o que atrapalha. De resto, a maioria do eleitorado só decide mesmo em quem vai votar já perto do dia da eleição. Assim, quando vejo pesquisas, fico mais interessado na reação das campanhas do que propriamente nos números. E assim vivo esse divertido paradoxo: eu acredito, mas desconfio.
▫️Wanderley Filho é colunista de política da Jangadeiro BandNews FM 101.7.
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