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Pessoas atípicas têm a mesma necessidade de amor e acolhimento

por Isabela Martin - 04/08/2024 às 13:10

Quando se é mãe atípica, o primeiro desafio com o qual lidar é digerir o fato de que nossos filhos são diferentes. Simples assim, #sóquenão. E por que a diferença é assustadora? Porque em maior ou em menor grau estamos lidando com aceitação, ou rejeição: a nossa e a dos outros. Se esse é o seu caso, como o meu, um único mandamento nos cabe: amar nossos filhos sobre todas as coisas. A aceitação começa na família, e a inclusão também.

Não consigo controlar a emoção enquanto escrevo. Tenho flashes de situações angustiantes: ver minhas filhas tão precocemente tendo que lidar com o desafio de se fazerem aceitas. O primeiro susto foi meu quando descobri serem “diferentes” e já escrevi sobre isso (busque #IsabelaJoanaJuliana).

Tão óbvio quanto o que direi é o fato de que a inclusão é uma necessidade, e um direito, pela qual buscamos ora no enfrentamento, ora até com humilhação. Pessoas atípicas – com seus variados graus de comprometimento – têm a mesma necessidade de serem amadas e acolhidas na família, na escola, no trabalho, no mundo.

Vamos olhar para o ambiente escolar, um dos primeiros campos desbravados por nossas crianças. Nesse universo tem muita gente vendendo gato por lebre. Sob pena de infringir a lei da inclusão, algumas escolas até recebem esses alunos. Receber é matricular. Acolher é incluir. Percebem a diferença?

Incluir é um acolhimento em que se trabalha desde as relações interpessoais até as adaptações curriculares e avaliações. Isso é desafiador e as necessidades individuais de cada um impedem um roteiro personalizado perfeito. Mas é possível fazer muito melhor do que as dificuldades que nos vendem.

Os esforços são cruciais para que nossos filhos desenvolvam o senso de pertencimento. Minhas filhas têm 18 anos. Em breve vão iniciar outra trilha – a da formação acadêmica e profissional. Na nova fase, vamos descobrir o quanto a academia, o mercado e a sociedade evoluíram sobre a tão propagada hashtag #diversidadeimporta. Diversidade não é só sobre gênero, é sobre diversidade humana.

▫️Isabela Martin, mãe da Joana e da Juliana, é diretora de Jornalismo e Esportes da Jangadeiro.

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