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por Vitória Barbosa - 19/04/2024 às 13:20
Dependendo do bairro em que você more em Fortaleza, a vida pode chegar ao fim até 20 anos mais cedo. A informação é do Mapa da Desigualdade, da Desigual Lab, plataforma do Instituto de Planejamento da Prefeitura (Iplanfor) que monitora as desigualdades do município, lançada neste ano.
Quem mora no Meireles, por exemplo, bairro com maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da cidade, vive, em média, até os 75 anos. Já no Novo Mondubim, a expectativa cai para 56 anos.
Os dados alertam para políticas públicas que melhorem a qualidade de vida dos cidadãos. Segundo a diretora do Desigual Lab, Elisângela Teixeira, os estudos possibilitam avançar cada vez mais para diminuir essa disparidade.
💬 “Quando a gente consegue territorializar as desigualdades, a gente consegue construir políticas públicas focadas na necessidade daquele grupo populacional, daquela região”, explica a diretora.
A maior diferença de tempo de vida se dá entre os bairros Novo Mondubim e Parreão: no primeiro, periférico, a média de idade da população ao morrer é de 56 anos. No segundo, salta para 77 anos.
Para o pesquisador de Estudos da Pobreza da Universidade Federal de Fortaleza, Victor Hugo Miro, a falta de acesso da população a serviços básicos é o principal fator causador da diferença e diminuição da expectativa de vida.
💬 “É resultado de um conjunto enorme de fatores complexos, acumulados ao longo do tempo. Acontece principalmente nos bairros mais periféricos, com maior concentração de pessoas em situação de pobreza, que se reflete em outros aspectos da vida, como o acesso a serviços. As pessoas que têm pior condição de renda infelizmente acessam serviços de saúde de forma mais precária, não só em termos de uma saúde primária, de uma saúde preventiva, mas serviços como saneamento”, explicou Victor.
Ele argumenta que o governo deve se responsabilizar por igualar as condições de qualidade de vida. “A desigualdade de renda não pode interferir no acesso à educação, à saúde e a saneamento. Nesse quesito, a política pública tem que atuar, acessar essas famílias e identificar as demandas”.
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