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por Ricardo Moura - 25/07/2024 às 12:32
➡️ Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Jangadeiro.
A expectativa de redução dos índices de criminalidade e de violência encontra uma barreira na grande quantidade de homicídios múltiplos registrados no Estado do Ceará, ou seja, quando duas ou mais pessoas são assassinadas. O caso mais recente ocorreu no município de Pacatuba, nas proximidades do açude Pacoti: três homens com braços e pés amarrados foram encontrados sem vida em um matagal.
A imagem que circula nas redes sociais choca pela banalidade. Os homens estão sem camisa, com bermudas vermelhas, misturando-se ao matagal como se não fossem seres humanos e portadores de uma dignidade própria, mas elementos componentes do cenário. Até o momento, não se sabe a identidade das vítimas. A disposição dos corpos revela crueldade e organização.
Quando mais de três pessoas são assassinadas, têm-se uma chacina. Esse ato brutal é cada vez mais comum de ser registrado. Até julho deste ano, o Ceará contabilizou cinco ocorrências desse tipo.
Ao contrário do que se pensa, a chacina é um ato bastante racional, que leva em consideração planejamento, poderio de fogo e a completa indistinção sobre quem é o alvo preferencial e as vítimas colaterais do ataque. Não se trata, portanto, de uma ação impensada e individualizada, mas sim de um esforço promovido por grupos armados que dispõem de recursos e informações sobre seus alvos.
Debelar esse tipo de atividade exige forte investimento em inteligência e rigor na apuração dos responsáveis. Sem que isso ocorra, os criminosos ficarão cada vez mais à vontade de cometer homicídios múltiplos, atemorizando a população e colocando em dúvida a capacidade do Governo do Estado de gerir a violência letal.
▫️ Ricardo Moura é jornalista e sociólogo. Editor do Blog Escrivaninha (@blogescrivaninha), especializado em Segurança Pública.
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