O senador Cid Gomes (PDT) disse que foi covardia de sua parte se abster do processo de escolha do candidato ao Governo do Ceará nas eleições de 2022. Ele optava pela candidatura à reeleição da então governadora Izolda Cela, mas, para não brigar com o irmão Ciro Gomes, que apoiou a candidatura do ex-prefeito Roberto Cláudio, se afastou.

“Eu só tinha duas alternativas: ou eu mergulhava, ou me afastava do processo porque eu era contra o encaminhamento que estava sendo dado, e eu não queria brigar com meu irmão, que sempre foi minha referência. Tenho gratidão e respeito por ele. Então, não deixa der ser, no aspecto político, pragmático, uma covardia de minha parte. Mas foi isso que eu fiz. Para não brigar com meu irmão, resolvi me omitir e me afastar do processo eleitoral”, reconheceu Cid em entrevista ao Ponto Poder, nessa sexta-feira (20).

Na avaliação de Cid, uma reeleição de Izolda teria preservado a aliança de todos os partidos. O senador também acreditou que, após as eleições, a sigla pudesse refletir sobre o resultado. RC acabou ficando em 3º lugar na disputa, atrás de Capitão Wagner (União) e do governador eleito Elmano de Freitas (PT).

“Quem erra, a meu juízo, tem que reconhecer o erro e tentar começar de novo. Mas, infelizmente, o que aconteceu não foi isso”.

Ele atribui o momento de crise enfrentado pelo PDT à essa decisão da legenda de romper uma aliança histórica e lançar candidatura isolada para o Governo do Estado.
Ainda sobre a relação com o irmão Ciro, que foi candidato à Presidência da República no pleito passado, Cid revelou que há mais de um ano não se falam.

“Desde agosto do ano passado que eu não falo com Ciro. Eu jamais desejaria brigar com Ciro, mas ele brigou comigo. Fiz tudo e para mim foi um grande sacrifício, tive que me abster daquela eleição, que era uma eleição importante. Se eu soubesse que a consequência seria essa, teria tomado partido. Acho que o resultado teria sido diferente, inclusive, para ele”, pontuou.