➡️ Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Jangadeiro.

A eleição em Fortaleza terminou oficialmente após a apuração do 2º turno, com a vitória de Evandro Leitão (PT) sobre André Fernandes (PL), mas isso não significa trégua. No mundo inteiro, a disputa entre o populismo de esquerda e o populismo de direita desafia o tempo e a paciência do cidadão comum preocupado com os boletos no fim do mês, prolongando-se extraoficialmente.

Aqui não é diferente e o lenga-lenga eleitoreiro não para. Como uma espécie de 3º turno em Fortaleza, André Fernandes tem feito comícios de agradecimento aos eleitores. Creio que isso é inédito no Brasil. Dado o resultado apertado, é preciso admitir que é uma boa sacada de marketing político. Se vai render votos no futuro, não sei.

Por enquanto, assim como aconteceu durante quase toda a campanha, a comunicação do prefeito eleito foi reativa, com Evandro Leitão anunciado em seguida que estará presente em todos os bairros da cidade. No fim das contas, é como se as eleições fosse perenes, eternas, imunes ao limites do calendário.

E para piorar, os populismos daqui mimetizam os populismos dos EUA, copiando rótulos, chavões e pautas. Isso ficou bem evidente agora, quando o 3º turno de Fortaleza coincidiu com as eleições americanas, onde Donald Trump foi eleito para um segundo mandato, após a derrota de quatro anos atrás, dando continuidade ao looping político entre republicanos e democratas.

E o que isso tem a ver com o Ceará? Nada, é claro. Mesmo assim, apoiadores de André Fernandes e de Evandro Leitão foram às redes postar fotos, alguns até vestindo camisetas, em apoio a Trump ou a Kamala Harris, respectivamente, como se fossem eleitores no estrangeiro e como se isso fizesse alguma diferença.

É tudo meio patético, porque é inútil, mas é o que temos. E também porque tanto em Fortaleza como em Washington, o que importa mesmo, sempre, é aproveitar a vez nos rodízios do poder.

▪️ Wanderley Filho é colunista de política da Jangadeiro BandNews FM 101.7.