Por Wanderley Filho

➡️ Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Jangadeiro.

Entra eleição, sai eleição, seja para o governo estadual ou para os municípios, o tema Segurança Pública insiste em centralizar os debates. 2024 não está diferente e a bola da vez é o secretário Samuel Elânio, despachado da Segurança Pública após afirmar que o número de homicídios no Ceará é “razoável”.

Imediatamente, o prefeito José Sarto classificou a declaração como absurda e responsabilizou o PT pelo avanço das facções no Ceará. Capitão Wagner disse que “o governo perdeu a capacidade de se indignar”. E o presidente da Câmara de Vereadores de Fortaleza, Gardel Rolim, pediu “a demissão imediata desse secretário que ignora a realidade das ruas”.

Se por um lado a pressão deu resultado, por outro o governador Elmano de Freitas aproveitou a oportunidade para oferecer ao público um bode expiatório, enquanto acena com um novo nome para ganhar tempo diante das cobranças: o delegado da Polícia Federal Roberto Sá, com atuações no Rio de Janeiro e Espírito Santo, estados que não inspiram lá muita confiança na área da Segurança Pública.

Não há notícias sobre mudanças nas atuais diretrizes para o setor. A oposição comemora, mas isso, como vimos em muitas outras disputas, não garante sucesso na eleição. O ex-secretário Samuel Elânio fez mais do mesmo quando tentou amenizar a realidade na base do discurso. E, para isso, é preciso cuidado. “Quem fala demais dá bom dia a cavalo”, já dizia o meu avô.

Já vimos tentativas de suavizar o problema em outras épocas. Foi assim com o Ronda do Quarteirão (gestão Cid Gomes); ou quando o Ceará chegou aos 5 mil homicídios em um ano (recorde registrado na gestão Camilo Santana).

Se a troca apressada de secretário foi um acerto, só o tempo dirá. Como todo mundo sabe, políticas de Segurança Pública não têm resultado a curto prazo.

Para as eleições, restam apenas 5 meses….

TIC-TAC. TIC-TAC. ⏳

▫️Wanderley Filho é colunista de política da Jangadeiro BandNews FM 101.7