Após morte de recém-nascido, mãe acusa maternidade de Baturité de violência obstétrica

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Após morte de recém-nascido, mãe acusa maternidade de Baturité de violência obstétrica

por Vitória Barbosa - 12/09/2023 às 11:05

Manobra de Kristeller na barriga da mãe teria causado edema cerebral no bebê (Foto: Arquivo pessoal)

“O senhor vai matar meu filho. Está colocando muita força. Vai matar meu filho”, essas foram as declarações de uma cearense, mãe de um recém-nascido que morreu 17 dias após o parto. Vanessa Rocha acusa de violência obstétrica o Hospital e Maternidade José Pinto do Carmo, em Baturité, no interior do Ceará.

O caso ocorreu no dia 22 de agosto. Segundo relatos, o parto evoluiu normalmente; mas, ao chegar aos nove centímetros de dilatação, a equipe médica informou que os batimentos cardíacos do bebê estavam baixos. Foi, então, realizada a Manobra de Kristeller, pressão realizada na parte superior do útero. A prática não é recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) por colocar em risco mãe e bebê. A manobra teria causado um edema cerebral, que resultou na morte da criança.

Vanessa realizou todas as consultas e exames do pré-natal, sem nenhuma intercorrência.

A mãe informou que, após o parto, a equipe médica garantiu que o filho estava bem. No entanto, uma hora depois, o Samu foi acionado para transferi-lo para um hospital em Fortaleza, devido a complicações. A transferência teria demorado cerca de quatro horas.

Na capital, o recém-nascido foi internado na UTI Neonatal, fez exames que constaram o funcionamento adequado dos órgãos, mas comprovaram a existência do edema. Na primeira semana de setembro, o bebê faleceu. Um Boletim de Ocorrência foi registrado.

Repercussão

O Ministério Público do Ceará (MPCE) instaurou, nessa segunda-feira (11), Inquérito Civil para acompanhar as investigações. “O MPCE irá ouvir todas as partes envolvidas e buscar provas técnicas para saber se houve ou não violência obstétrica na unidade”, esclarece.

Em nota, a Prefeitura Municipal de Pacoti, onde Vanessa reside, se solidarizou e assegurou que lutará para que os fatos “sejam minuciosamente investigados, e que todas as medidas cabíveis sejam tomadas para garantir a justiça e a responsabilização adequada, conforme necessário”.

Já a maternidade de Baturité informou ao Jornal Jangadeiro que em breve irá se pronunciar.

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