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por Wanderley Filho - 20/04/2025 às 09:47
➡️ Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Jangadeiro.
Como falar de política quando estamos na Páscoa? A ressurreição de Cristo representa a vitória da fé sobre a própria morte, a esperança no porvir e na redenção. Política não é religião, mas a ideia de comunidade é um ponto em comum entre essas áreas da atividade humana.
Desse modo, animado por boas intenções, olhei rapidamente o noticiário, em busca de algo edificante, um sinal de alguma ação política inspirada na passagem, por exemplo, e para manter o espírito da Páscoa, em que Jesus humildemente lavou os pés dos seus apóstolos. Ou naquela outra, que todos conhecem, quando Cristo reparte pão e vinho com os apóstolos, representando o espírito de comunhão e sacrifício para a salvação de todos.
Nesse sentido, não encontrei nada, embora todos os políticos e seus apologistas, de todos os partidos e de todas as ideologias, garantam agir imbuídos dos mais santificados propósitos, pelo bem dos mais pobres, sem pensar em vaidades ou ganhos pessoais. Curiosamente, as notícias falam sobre disputas, escândalos, jeitinhos, desvios, verbas e benefícios muito exclusivos envolvendo essas criaturas que se afirmam tão angelicais.
O paralelo possível com a ideia de ressurreição, infelizmente, diz respeito a mazelas como a inflação e a impunidade, que voltaram com tudo a nível nacional. No Ceará, assombrações como o patrimonialismo, o nepotismo e o culto ao personalismo voltaram à vida, se é que morreram um dia. Outra comparação válida seria com a traição de Judas, por dinheiro e ambição, mas aí as boas intenções desse texto iriam por água abaixo. Melhor não atrapalhar a Páscoa verdadeira com os pecados da política.
Como eu disse no início, Páscoa tem a ver com esperança aos pecadores. Mesmo crucificado, Jesus rogou por seus algozes: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”.
▪️ Wanderley Filho é colunista de política da Jangadeiro BandNews FM 101.7.
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