Além dos desafios de dormir pelas ruas, à mercê de sol e chuva, quem não tem onde morar também precisa lidar com a violência. Em Fortaleza, os casos de violência contra pessoas em situação de rua quase dobraram em cinco anos. Em 2017, foram 65 registros. Em 2022, o número passou para 126. Ou seja, a cada três dias, uma pessoa em situação de rua é vítima de violência.

Desse total, 116 sofreram violência física, 27, violência psicológica, 10 passaram por tortura e 5 foram vítimas de violência sexual.

Rubi Araújo conta que foi agredida fisicamente. “Travesti na rua sofre muita violência. O cara meteu o murro na minha boca que o dente afastou”, relata, com medo que o episódio se repita.

De acordo com a defensora pública Karinne Matos, o número de violência poderia ser maior, mas os casos ainda são subnotificados por falta de acesso dessa população a alguns serviços.

Ela aconselha que as vítimas a procurar o Núcleo de Direitos Humanos da Defensoria, pelo número 129. A ligação é gratuita. “Nós vamos intermediar pra que essas pessoas não fiquem na invisibilidade”, garante a defensora.

 

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