O responsável pela obra da Usina de Dessalinização na Praia do Futuro, o diretor-presidente da Sociedade de propósito específico (SPE) Águas de Fortaleza, Renan Carvalho, afirma que o projeto não tem como afetar cabos de internet submarinos que estão instalados na praia do Futuro, em Fortaleza.

“Estão alardeando inverdades, assombrando a população, falando para pessoas que, por não conhecerem o que é obra, podem entrar em pânico; mas não existe nenhum risco! O ‘pode ser’ não existe em engenharia. O risco é zero, não há argumentos técnicos contrários”, explica Renan em entrevista ao UOL.

Na semana passada, a entidade representante das empresas de tecnologia, TelComp, afirmou que há risco da usina desconectar ou deixar lenta a Internet no Brasil.

“A obra pode gerar apagão de internet no país porque não está se colocando uma usina onde tem um cabo, mas onde tem um hub todo! Hoje, ninguém pensa em chegar com internet no Brasil por outro caminho que não seja o de Fortaleza”, disse Luiz Henrique Barbosa, presidente executivo da TelComp.

Segundo a Cagece, o projeto já foi alterado para afastá-lo dos cabos submarinos e acusa as empresas de querer reservar a Praia do Futuro, local onde a usina deve ser instalada. A Companhia também argumenta que a mudança de local encareceria o projeto e que a Praia do Futuro foi escolhida por ter melhores condições para captação de água e dispersão do sal.

Entenda

O novo projeto da Cagece, a Usina de Dessalinização, irá tratar a água do mar e abastecer 720 mil pessoas, em Fortaleza. Ela deve ser construída, até 2026, na Praia do Futuro, como definido pelo Governo do Ceará.

Com investimentos previstos de R$ 526 milhões, a usina começou a ser projetada em 2017 e está em fase de licenciamento. A expectativa é as obras sejam iniciadas no primeiro semestre de 2024.