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Impacto da usina de dessalinização para cabos submarinos na Praia do Futuro é discutido em evento

Com investimentos previstos de R$ 526 milhões, a usina começou a ser projetada em 2017 e está em fase de licenciamento. A expectativa é as obras sejam iniciadas no primeiro semestre de 2024

por eduarda.aquino - 25/09/2023 às 14:45

O assunto foi debatido durante um evento nesta segunda-feira (25), em Fortaleza.

A construção da usina de dessalinização de água em Fortaleza se tornou alvo de embate entre o governo estadual e o setor de telecomunicações. A alegação é que a instalação apresentaria riscos sistema de cabos submarinos que transferem dados entre Brasil e outros países.

O assunto foi debatido durante um evento nesta segunda-feira (25), em Fortaleza. O encontro reuniu políticos, representantes da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) e das empresas de telecomunicações.

Segundo a Cagece, o projeto já foi alterado para afastá-lo dos cabos submarinos e acusa as empresas de querer reservar a Praia do Futuro, local onde a usina deve ser instalada.

“Hoje, estamos a mais de 500 metros de distância dos cabos. Todo esse risco que as empresas de telecomunicações temiam, já não tem mais. Não teremos nenhuma obra próxima de cabos submarinos”, esclareceu o presidente da companhia, Neuri Freitas.

A Praia do Futuro também é considerada estratégica pelo setor de telecomunicações, por concentrar a infraestrutura de transmissão internacional de dados do país. Atualmente, são 17 cabos submarinos, operados por oito empresas ou consórcios, além de data centers em terra.

O deputado federal Danilo Forte (União/CE) diz que as obras trazem risco à integridade dos cabos e a operação da usina limita a classificação de segurança dos data centers do local. Ele propôs a transferência do projeto para outro local.

“A gente precisa ter um pouco de racionalidade e pensar no futuro. Não sou contra a usina de dessalinização. Mas acho que a escolha do local deveria ser consistente. O Porto do Pecém está aí”, sugeriu.

A Cagece, por sua vez, diz que a mudança de local encareceria o projeto. O Diretor de Operações da Empresa de Tecnologia da Informação do Ceará, Osman Lima, explica ainda que a Praia do Futuro foi escolhida por ter melhores condições para captação de água e dispersão do sal.

Com investimentos previstos de R$ 526 milhões, a usina começou a ser projetada em 2017 e está em fase de licenciamento. A expectativa é as obras sejam iniciadas no primeiro semestre de 2024.

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